7.9.08

Cabeceira

Intratável.
Não quero mais pôr poemas no papel
nem dar a conhecer minha ternura.
Faço ar de dura,
muito sóbria e dura,
não pergunto
"da sombra daquele beijo
que farei?"
É inútil
ficar à escuta
ou manobrar a lupa
da adivinhação.
Dito isto
o livro de cabeceira cai no chão.
Tua mão que desliza
distraidamente?
sobre a minha mão

- Ana C. -


Um comentário:

Sabrina Sanfelice disse...

Que lindo! Apesar de me lembrar o "Livro de Cabeceira" por causa do uso das palavras (adoro esse filme), seu poema conseguiu uma sutileza maior pq conseguiu me remeter para um lugar mais íntimo, digamos assim... (inside me)